terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Palavras de Cavaco Silva

Não posso deixar de lamentar as palavras de Cavaco Silva. Foi um insulto à maioria dos portugueses. Mas fazer disto motivo para pedir a demissão do Presidente da República e fazer manifestações à porta do Palácio de Belém, considero um perfeito disparate. Afinal quantos políticos já disseram asneiras? E quantos vieram dizer que não foi isso queriam dizer?

Os que assinam a petição do Presidente da República ou ao que vão para a rua manifestar-se contra as palavras de Cavaco possivelmente vão ao futebol ajudar a pagar ordenados milionários aos jogadores. Esses vencimentos são também um verdadeiro insulto a quem trabalha ou trabalhou uma vida inteira e tem a sua reforma. E o que ganha Cavaco é uma migalha para alguns jogadores de futebol.
Sejam coerentes.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O desacordo sobre acordo

Enquanto a maioria protesta contra o acordo com a Concertação Social, eu tenho dúvidas.
Ainda agora no Parlamento se manifestava a indignação contra a hipótese de as empresas fecharem nas pontes e esse dia de ponte descontar para férias. Mas eu julguei que isso sempre acontecia. Havia gente a fazer ponte e a ganhar o dia?
Todos sabemos que, quando havia hipótese de fazer ponte, quase tudo trabalhava a meio gás. Parece-me aliciante poder tirar um dia de férias e gozar quatro. Então qual o problema de a empresa fechar e todos gozarem a ponte? Mas isto não me parece que seja “férias marcadas pelo patrão”. Ou estou errada?
Há várias profissões onde as férias sempre foram marcadas pelo patrão. Os professores ou os juízes, por exemplo, só podem ter férias em Agosto. Quer queiram ou não, quer coincidam com as do cônjuge ou não, só vão de férias em Agosto.
Já agora, e para estar de acordo com este acordo, não seria justo e lógico acabar de vez com as tolerâncias de ponto para a função pública?

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Fundamentalismos

Começo por dizer que, apesar de não pertencer à maçonaria, sou fumadora embora fume pouco e nunca em ambientes fechados. Na minha casa só fumo debaixo do exaustor. Mas os fundamentalistas anti-tabaco estão a tomar atitudes que, a meu ver, já raiam o ridículo. Agora ‘a proibição deve estender-se às áreas circundantes de bares, restaurantes, cafés e discotecas’. Falta dizer a partir de quantos metros das portas destes estabelecimentos se pode fumar.

Quando eu andei no liceu, os estabelecimentos de ensino não eram mistos. E havia um perímetro de 500 m da entrada dos liceus femininos em que os rapazes não podiam estar. Será que o fumo faz tão mal às pessoas como os rapazes às raparigas? Será que 500 m para o fumo estará bem? Ou não será preciso tanto? Ou será preciso mais?
"Basta estar uma pessoa a fumar do lado de fora, junto à porta de um bar, para aumentar o nível de exposição ao fumo de quem está no interior", diz a coordenadora da equipa de investigação, Fátima Reis. Esta senhora, que eu não faço a mínima ideia de quem seja, anda certamente de carro a poluir o ar que eu respiro. Quem sabe se não passa à minha porta quando eu tenho as janelas abertas para a casa arejar. E eu nada posso fazer para a proibir de vir prejudicar a minha saúde e a dos meus.
Como diz o anúncio “poupem-me”.