Apresentei-me hoje ao serviço após as férias a que a lei me dá direito. Mas não pensem que chego ao serviço e começo a trabalhar. Não. Tenho de pagar para recomeçar o meu serviço após as férias. Sou obrigada a comprar, sem recibo, um impresso (cinco cêntimos, paguei hoje), do Ministério da Educação, que preencho. Só após a entrega desse impresso preenchido, eu estou efectivamente ao serviço.
Todos os anos é isto. Pago para ir trabalhar. E pago porque uma lei estúpida a tal me obriga. Mas pago sob protesto. E se tiver dois períodos de férias, são dois os impressos que compro, sem recibo.
Acho inaceitável ter de pagar para retomar o serviço depois das férias ou de um atestado médico. Quanto aos atestados, os que entreguei numa vida inteira de trabalho, não ultrapassaram a meia dúzia. Mas férias, gozo-as todos os anos.
A quantia em causa é insignificante mas o princípio, francamente, acho inadmissível. Tudo serve para nos roubarem dinheiro cujo destino nenhum de nós conhece pelo que temos o direito de fazer as nossas suposições. E, se multiplicarmos os 50 cêntimos por milhares de professores todos os anos, já dá uma quantia bastante razoável.
Será que os ministros e afins também compram um impresso para retomar o serviço?
É o país que temos. O Governo não aparece encapuçado, não vem armado mas rouba da mesma maneira. Oferece a si mesmo as leis que lhe permitem roubar legalmente.
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