domingo, 23 de janeiro de 2011

Temos Presidente

Queria ter entregue o meu boletim de voto em branco mas, pela primeira vez desde o 25 de Abril, anulei-o.  Não concordo nada com o voto nulo, até porque pode ser interpretado como ignorância em saber preencher um boletim de voto. Mas o voto branco pode ser utilizado para colocar uma cruz em qualquer um dos candidatos. Já não era a primeira vez e eu não ia correr esse risco.
A falta de qualidade dos candidatos, a pobreza da campanha, a certeza de que nada mudará, o desencanto de ver o meu país moribundo, não me permitiam votar em ninguém.

Fiquei contente pelo facto de o candidato Fernando Nobre, apenas com o apoio dos cidadãos, ter acabado com um resultado tão expressivo. É uma esperança. A cidadania ainda existe.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O mau gosto devia ser penalizado

Há publicidade para todos os gostos. E, para o meu, há publicidade que devia ser proibida. O óleo Fula passou, há uns meses, uma publicidade com uma caras sinistras que pretendem dizer que este óleo diminui o cheiro e fritos. Aquelas caretas são sinistras e, quando se vêm nos outdoors, até parece que são caretas para o óleo Fula. Aquele anúncio beliscava o meu sentido de estética e não esteve muito tempo por aí. Para meu espanto, retomaram agora a mesma publicidade.

O Pingo Doce, na altura do Natal, arranjou uma nova publicidade com os funcionários do peixe, do pão, dos legumes, … a cantar uma música sinistra. Para chamar mais a atenção o reclame tem aquele rapazinho jeitoso e mediático a “reger a orquestra”.

E fico-me, apenas, com estes dois exemplos. Haveria dezenas para referir aqui.

É evidente que as grandes empresas têm pessoas experientes em Marketing para elaborar estas campanhas e, no caso do Pingo Doce, o pessoal todo canta a dita canção. Até os meus netos. Se calhar a maioria das pessoas é levada por este tipo de publicidade. Comigo o assunto é diferente. O mau gosto da publicidade leva-me a evitar esse tipo de produto. Para mim o mau gosto é penalizado.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Para já sonho

Não tenho reforma que me permita fazer grandes viagens e, graças a Deus não sofro de nenhuma deficiência que me leve a ter necessidade de pedir um atestado ou uma vacina dos que subiram cerca de 600%. Mas reconheço que um aumento deste calibre é inaceitável. Se o custo destes atestados não era alterado há décadas, é porque os sucessivos Governos nunca consideraram necessário nenhum aumento ou^têm sido incompetentes. Agora, de um dia para o outro, quem precisa destes serviços, tem que desembolsar uma quantia que custa a pagar.

Mas tudo isto é realidade e eu quero falar de sonhos. E por duas razões. “Pelo sonho é que vamos”, dizia Sebastião da Gama e, para já, este Governo ainda não nos vai à carteira por sonharmos. O meu sonho era ver a minha reforma ser aumentada 600%. Fiz as contas. Deus! O que eu podia fazer com tanto dinheiro. Claro que não era nada comparado com os governantes e muito menos com os gestores do Banco de Portugal, da EDP, etc. etc. etc.

Mas, para mim, era um sonho. Um sonho que me permitia viver o meu mês sem estar sempre a consultar o Excel para ver se o fim do mês demora muito.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Alô! Alô! Jornalistas de investigação!

Depois de ouvir mais um capítulo do BPN, lembrei-me desta história.

“Um homem rico foi, em passeio, para uma ilha paradisíaca. Estava junto ar mar e viu um pescador que pescou dois peixes e foi para casa comê-los com a família. No dia seguinte, pesca um enorme peixe e regressa a casa para o saborear com a família. O homem começou e ver que o pescador se limitava a pescar um, ou dois, ou três peixes e ia comê-los com a família.
Depois de verificar esta rotina do pescador, o homem rico foi ter com ele e disse-lhe:
- Amanhã quando for pescar, não pare. Continue pescando tudo o que puder, pesque o máximo de peixe que conseguir.
- E depois?
- Depois leva os seus peixes para o mercado. Vende-os e guarda o dinheiro.
- E depois?
- Quando tiver algum dinheiro compra uma rede de pesca para poder pescar mais peixe ainda.
- E depois?
- Continua a pescar muito mais peixe, continua a vendê-lo e vai ganhar mais dinheiro ainda.
- E depois?
- Você já pode comprar um barco e com o barco vai poder ir para mais longe, encontrar mais peixes e trazer mais peixe para vender.
- E depois?
- Com a venda desses peixes arranja dinheiro para contratar ajudantes para o ajudar a pescar muito mais peixe. Quando tiver mais dinheiro compra um segundo barco e contrata mais empregados.
- E depois?
- Se continar a ganhar cada vez mais, pode ter uma frota de barcos de pesca. Constroi um depósito frigorífica para armazenar os peixes. Compra mais barcos, emprega mais gente e ganha mais dinheiro. Muito mais dinheiro.
- E depois?
- Você fica muito rico! Você pode parar de trabalhar! Pode ir morar na praia! Passar o dia pescando e descansando com sua família!
- Mas isso é o que eu faço agora, diz o pescador.”

A mentalidade do homem rico é a dos poderosos, políticos ou não. Não lhes chega serem ricos. Querem mais e mais e mais. É a ganância animalesca.

O que norteia os poderosos é o lucro fácil, conseguido por qualquer meio, normalmente desonesto. Esta noção de felicidade é-me dificilmente entendível tanto mais que é conseguida à custa dos portugueses com que eles gostam de, hipocritamente, encher a boca.

O caso BPN está a começar a mostrar os seus inúmeros tentáculos. Está na hora de uma Felícia Cabrita qualquer entrar em acção e começar a vasculhar bem todos os escândalos ainda escondidos e todos os políticos metido neste ninho de víboras.

Um banco que está falido e que o Governo teima em não deixar falir. No caso do BPP não houve apelo nem agravo. O Governo deixou cair. Mas o BPN? O que agarra tanto os políticos àquele banco? Deve haver montes de poderosos metidos neste monte de esterco. Cavaco vendeu as suas acções a 2,40 €. E quem foi que as vendeu, mais ou menos por essa altura, a preços mais elevados? E estas que o BPN nacionalizado está agora a comprar à antiga SLN? O Governo, que alega o “interesse público” sempre que se trata dos que rouba aos “sem voz”, não o utilizou para evitar o cumprimento destas compras por parte do BPN. Porquê?

Se vasculharem bem o caso BPN, às tantas não temos candidatos à Presidência da República. O Governo acabava. A Assembleia da República ficava às moscas. O que se poupava!

E Sócrates diz-nos que temos capacidade para resolver os nossos problemas. Só se for aumentando-os. Eu já nem acredito na vantagem de vir o FMI. São políticos na mesma só que europeus. Eu preferia que um país nórdico, de preferência, nos comprasse e começasse a pôr ordem neste regabofe. Garanto que o meu orgulho em ser dinamarquesa, ou sueca, seria bem maior do que o de ser portuguesa.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Campanha baixa

A campanha eleitoral abandalhou-se. Tinha que ser. Ou não fossem políticos a fazê-la.

Houve razões escondidas para nacionalizar o BPN e deixar cair o BPP. Havia poderosos, de todos os partidos, ligados ao BPN. Não foi pelos lindos olhos de Cavaco que o Governo nacionalizou o BPN. Havia muitos “Cavacos” que assim o exigiam. A começar pelo Governo que investiu lá o nosso dinheiro da Segurança Social. Pena que a comunicação social não investigue esses interesses. Nunca gostei do Cavaco mas, neste momento, acho que ele está a ser o bode expiatório do caso BPN.

Mas Alegre tem muitos telhados de vidro. Preferiu ir para a Argélia, desertando, a lutar aqui pela liberdade e pela democracia. Agora fala como se a sua vida fosse um exemplo da luta pela liberdade em Portugal. Embora discordando deste tipo de campanha reles, era bem feito que um dos outros candidatos pegasse nos telhados de vidro do Alegre. Como só sabe escrever poesia e isso não é modo de vida, dedicou-se à profissão que não exige qualquer tipo de qualificação e dá muito dinheiro – a política. Agora dava-lhe jeito um cargo bem remunerado e com garantias até ao fim da vida.

Viver não custa. O que custa é saber viver.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Pela imprensa

“Sócrates não vai discutir compra de dívida pública portuguesa com Dilma Rousseff” (Público)

Mas vai vender-lhe Magalhães, certamente. Qualquer dia, de nosso, só temos a incompetência.