sábado, 30 de janeiro de 2010

A cantiga do costume

Em 2002, quando Durão Barroso tomou posse de primeiro-ministro, declarou que o PS de Guterres tinha deixado o país de tanga. E estivemos três anos a apertar o cinto.
Em 2005, José Sócrates não usou o termo tanga mas a conversa foi a mesma a mandou apertar o cinto.
Em 2009, José Sócrates é novamente primeiro-ministro e manda apertar o cinto.
Convenhamos que estas medidas custam muito a aceitar, principalmente quando nos dizem que os mais de sete anos em que apertámos o cinto não serviram rigorosamente para nada. Que é feito da poupança para a qual nós contribuímos? Será que não se fazem furos em cintos Prada ou Versace? Só se fazem nos cintos da feira ou do comércio de bairro?
O ministro das Finanças disse que aceitaria diminuir o seu salário se fosse preciso. Mas não vai ser, por Deus. Estão tantos a apertá-lo que a vez dele não chegará.
Se eu ganhasse o que ganham os políticos (alcavalas incluídas) ou os colocados por eles, estava-me nas tintas para estas bagatelas destas medidas. O meu dia-a-dia continuava a ser rigorosamente o mesmo. Assim, terei que apertar o cinto, do comércio de bairro, mais uma vez não sei por quanto tempo. Uma coisa sei. Não vai servir de nada.

O próximo PM, está bem de ver, vai-nos mandar apertar o cinto.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Na Assembleia da República

Estive na Assembleia da República. Antes da visita guiada, que valeu a pena, estivemos a assistir aos trabalhos a que se seguia uma votação. Fiquei chocada com a postura dos deputados. Enquanto um falava, os outros saíam, entravam, falavam, faziam barulho, liam o jornal, viam o correio electrónico, actualizavam o facebook, viam os jornais on-line, riam, telefonavam,… eu sei lá. Uma balbúrdia inaceitável. Uma falta de respeito por quem estava a falar que eu nunca admitiria numa sala de aula. Limitavam-se a bater palmas quando o porta-voz do seu partido acabava de falar, apesar de não terem ouvido uma só palavra.
Estas senhoras e estes senhores, que decidiram que os professores têm que prestar provas quando iniciam a sua carreira, estão ali sem terem prestado qualquer prova e o exemplo que dão é perfeitamente lamentável. Apenas possuem o cartão de um partido.
Começarei a respeitar os políticos quando eles decidirem diminuir a quantidade de gente que deambula pelos corredores da política. Ali e nos milhares de autarquias em que Portugal está retalhado. Um país pouco maior que uma quinta e que, ainda por cima está falido, não justifica 230 deputados. 50 chegavam e sobravam. Como não há nada que justifique que haja freguesias, maioritariamente rurais, que têm um quilómetro quadrado.
Mas o objectivo de todos os partidos é arranjar o maior número de tachos para os seus filiados e amigos.
Que moral têm estes portugueses para decidirem do futuro dos seus concidadãos?