segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O Entrudo

Em “Os Maias”, João da Ega diz a Carlos Maia: “Aqui (em Portugal) importa-se tudo: leis, ideias, filosofias, teorias, assuntos, estéticas, ciências, estilo, indústrias, modas, maneiras, pilhérias, tudo nos vem em caixotes pelo paquete. A civilização custa-nos caríssima, com os direitos de alfândega: e é em segunda mão, não foi feita para nós, fica-nos curta nas mangas…”

Ao que diz Eça de Queirós eu acrescentaria que também se importou o Carnaval. Do Brasil, onde, por esta altura, é Verão. Daí que estes corsos que se fazem por cá, e que não são de forma alguma tradição nossa, nos “fiquem curtos nas mangas”. O nosso Carnaval nunca foi de mulheres despidas no pico do Inverno. É uma tosca e pobre imitação do Carnaval no Rio.
Sempre detestei o carnaval e nunca achei graça nenhuma a máscaras. Mas tenho todo o respeito por quem gosta e considero que a brincadeira, a diversão e a boa disposição são sempre bem vindas seja ou não Carnaval.
Contudo, parece-me ter toda a lógica acabar com a tolerância de ponto na terça-feira de Carnaval. Um fim de semana de folia chega para gozar um óptimo Carnaval. Dar tolerância na terça-feira significa não trabalhar segunda, terça e quarta o que não está minimamente em coerência com o acabar com feriados civis e religiosos.

2 comentários:

Manuel Veiga disse...

é verdade,concordo em absoluto. metem dó aquelas pernas de galináceo a tiritar de frio.

beijo

GP disse...

É que nem o samba é português...

beijo