Segunda-feira, às 14:15 h fui chamada para uma substituição. Não havia plano de aula. A professora em causa tinha acabado de receber a sua aposentação antecipada e com penalização. Uma professora que já estava na escola onde lecciono quando para lá fui e eu já lá estou há 20 anos.
Dirigi-me à sala de aula. Estavam os (talvez) 28 alunos do 7º B que não conhecia. Muitos choravam e diziam "A Professora M. era nossa amiga. Ensinava bem e ajudava-nos muito".
Estes alunos só conheciam esta professora desde meados de Setembro.
Em contrate com isto, a professora estava num sino. Irradiava felicidade e até as lágrimas lhe vieram aos olhos de tanta alegria. Finalmente estava livre do inferno que se vive hoje nas escolas.
Analisando esta situação, só se pode concluir que algo está mal. Uma pessoa que dedicou uma vida ao ensino, uma professora de quem os alunos gostam ao ponto de chorar a sua saída abandona a profissão de uma vida sem tristeza e com penalização na sua reforma.
Como foi possível deixar que estas situações acontecessem? A debandada é geral.
Eu também espero, mais dia menos dia, a aposentação que pedi, também antecipada e também com penalização. Dediquei 36 anos da minha aos jovens e às escolas por onde andei. Nunca pensei "fugir" antes do tempo. Mas tenho andado a assistir às exéquias do ensino público. Quando chegar o funeral, desculpem, eu não quero estar lá.
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