quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Faço a minha parte, como disse o PR

Ando preocupada comigo. Acho que estou a ficar masoquista. Continuo a ver/ler as notícias. O que vejo é um país perdido, sem rumo, falido, deprimido mas com políticos cheios de vontade de se esgadanharem. Cada um olha para o seu tacho, para os tachos prometidos, para o seu partido mas diz, com a maior das latas, que está naquele cargo por Portugal e pelos Portugueses.

Afinal quem está no Governo? O PS ou o PSD? Se é o PS, como julgo, por que carga de água tem que ser a oposição a dizer o que se deve fazer?

O PS teve que resolver o problema do PEC. O PSD ajudou a aprovar um aumento de impostos. O PSD foi suficientemente ingénuo para fazer um acordo de cavalheiros. Mas na política não há cavalheiros. Há interesses que se sobrepõem a tudo e que tudo justificam. O acordo tinha que ser por escrito. Preto no branco. Com testemunhas que deviam ser os portugueses. O PS aproveitou esse acordo para esfaquear o PSD pelas costas. E continua a atacá-lo.

Agora o PS precisa outra vez do PSD. O PS quer aumentar impostos mas não quer perder votos. Então quer que o PSD aprove o orçamento para depois dizer que o PSD aumentou os impostos. Quer ser ele a elaborar o orçamento mas quer que a responsabilidade de uma eventual catástrofe (como se o chumbo do Orçamento fosse uma catástrofe) seja do PSD.

Mas o PSD está, como eu, a ficar masoquista e ainda acaba por aprovar o Orçamento para não ficar como o mau da fita.

Espanta-me muito que todos os partidos perguntem (e queiram a resposta) onde se pode cortar. Já que ninguém, no Parlamento sabe onde se pode cortar, eu dou uma ajudinha, embora não seja a minha área, não seja obrigação minha e ninguém me pague para tal.

• Diminuam o número de deputados para metade. Ao que eles fazem, metade chega e sobra.
• Diminuam o número de freguesias para um décimo. Ou melhor, um vigésimo. Há freguesias com uma área de 1 quilómetro quadrado.
• Acabem com 80% das empresas públicas. E ainda ficam 20% para colocar os amigos.
• Acabem com os Governos Civis. Só servem para colocar os do partido e para gastar dinheiro. Utilidade, não têm nenhuma.
• Acabem com os carros. É uma pouca vergonha o que se passa com as viaturas que, para traseiros deste calibre, têm que ser do mais topo de gama que há. Ainda hoje se soube o que passa com as Águas de Portugal. Justificação – os quadros superiores vão, de BMW, atrás dos carros de piquete arranjar as fugas de água. ahahahahahah
• Acabem com telemóveis, cartões e regalias desse género. Um trabalhador da função pública recebe apenas o seu ordenado e é com ele que faz as suas chamadas telefónicas, que faz as suas extravagâncias, se o ordenado der.
• Acabem com todas as obras que não sejam de primeira necessidade. Quantos países ricos vivem sem TGV?

Se fizerem isto, dentro de pouco tempo temos as dívidas saldadas e uma pesada herança como a que o Salazar nos deixou e que os portugueses desbarataram em três tempos.


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