quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Até no portal das finanças gozam connosco


No dia 11 de Abril de 2014 coloquei, no e-balcão, uma questão sobre o meu IRS de 2013 que teria que ser liquidado até ao final de Agosto.

No dia 11 de Agosto (quatro meses depois) foi colocada a seguinte resposta à minha questão. “A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) agradece o seu contacto. Apesar das pesquisas efetuadas com base no registo da questão não foi possivel identifica-la, pelo que se solicita que a mesma seja formulada de novo Com os melhores cumprimentos AT- Autoridade Tributária e Aduaneira”
No dia 18 de Agosto reformulei a minha questão explicando pormenorizadamente a situação e a dúvida que tinha.
No mesmo dia encontrei a resposta no Portal das Finanças:
“A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) agradece o seu contacto. Apesar das pesquisas efetuadas com base no registo da questão não foi possivel identifica-la, pelo que se solicita que a mesma seja formulada de novo Com os melhores cumprimentos AT- Autoridade Tributária e Aduaneira”
No dia 20 de Agosto, apesar de considerar que tudo estava claro desde a primeira vez que coloquei a questão no portal e que qualquer pessoa entendia a minha dúvida, voltei a reformular a questão.
No próprio dia o e-balcão respondeu:
“A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) agradece o seu contacto. Apesar das pesquisas efetuadas com base no registo da questão não foi possivel identifica-la, pelo que se solicita que a mesma seja formulada de novo Com os melhores cumprimentos AT- Autoridade Tributária e Aduaneira”
Cheia de estar a ser gozada, perdi a cabeça e, no dia 25 de Agosto, escrevi no e-balcão:
“Se do e-balcão só se consegue esta resposta repetidamente por mais formulações que se façam ao problema, fechem essa porcaria. Qualquer ignorante que lesse as minhas dúvidas percebia o que eu pretendia mas as pessoas que aí trabalham continuam a não perceber e a pedir nova formulação. Pela minha parte a brincadeira acabou. Vou pagar o IRS, porque o prazo está a acabar, mas estou convicta de que estou a ser roubada. As finanças agarram-se ao facto das pessoas não terem dinheiro para pagar a um advogado, para retirarem aos contribuintes, não políticos ou não poderosos, o dinheiro que muito bem entendem sem sequer se disponibilizarem para tentar dar uma justificação.”
Pois no próprio dia tinha a resposta do e-balcão no portal
“A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) agradece o seu contacto. Apesar das pesquisas efetuadas com base no registo da questão não foi possivel identifica-la, pelo que se solicita que a mesma seja formulada de novo Com os melhores cumprimentos AT- Autoridade Tributária e Aduaneira”
No dia 26 de Agosto voltei a escrever no e-balcão
“É preciso ter lata! Até para uma reclamação a resposta é a mesma! Em vez de divulgarem este serviço, mais valia fechá-lo.”
No dia 27 de Agosto tinha nova resposta da AT no portal. Imaginam o conteúdo? Esse mesmo:
"A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) agradece o seu contacto. Apesar das pesquisas efetuadas com base no registo da questão não foi possivel identifica-la, pelo que se solicita que a mesma seja formulada de novo Com os melhores cumprimentos AT- Autoridade Tributária e Aduaneira”

Claro que desisto mas gostava de saber por que divulgam o e-balcão. Ainda no dia 6 de Agosto recebi mais um mail que diz:
“O Serviço e-balcão é um balcão eletrónico de atendimento, que está à sua disposição no Portal das Finanças. Através dele pode colocar todas as suas questões a qualquer Serviço da AT, incluindo aquelas que, até agora, exigiam a sua deslocação ao Serviço de Finanças.
A partir de agora já não precisa de se deslocar nem de perder tempo.
Este serviço garante segurança e confidencialidade nas suas questões e respostas da AT, uma vez que o acesso é efetuado através de autenticação no Portal das Finanças com a sua senha de acesso.
As respostas às suas questões ficam disponíveis no Portal das Finanças.”

Só se esqueceram de dizer que qualquer que seja a questão colocada, a resposta é sempre a mesma. Mais valia divulgar a resposta pelos contribuintes e podiam estar sempre de férias…

É o país que temos, são os serviços públicos que temos, são os funcionários públicos que temos!

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