sábado, 26 de junho de 2010

Situação insustentável

“Um Presidente da República não pode nunca dizer que ‘Portugal vive uma situação insustentável’ porque isso cria dificuldades ao próprio país. Ao Presidente da República cabe não palavras de depressão, não palavras que desmobilizem os portugueses mas uma palavra de confiança. E se a situação é insustentável o que é que ele fez para impedir que a situação fosse insustentável. Ela avisou? Ele preveniu? Mas o Presidente da República não é eleito para avisar; não é eleito para prevenir. O Presidente da República tem poderes que estão consagrados na Constituição. Portanto de quem é a culpa?” – palavras de Manuel Alegre na sua pré-campanha eleitoral.

Para Manuel Alegre, como para Sócrates, não de deve dizer a verdade. Deve dourar-se a pílula. Recuso-me a aceitar isso. Não estamos a falar para crianças, estamos a falar para adultos que vivem em sérias dificuldades que Manuel Alegre, ou Sócrates, não conhecem. Não sabem o que é viver a contar os tostões diariamente. Viver à espera que o fim do mês chegue depressa.
Mas numa coisa eu concordo com Manuel Alegre. O Presidente da República tem poderes consagrados na Constituição para ter evitado que a situação chegasse onde chegou. Ao insustentável. Cavaco Silva teve muitas oportunidades para demitir o Governo. Por muito menos, Jorge Sampaio demitiu o Governo de Santana Lopes.

O que eu não esperava é que esta opinião viesse dum socialista. Mais. De um socialista candidato à Presidência da República e, ainda por cima, apoiado pelo próprio Partido Socialista. Boa! Gostei.

2 comentários:

MAGALHÃES PINTO disse...

Na política, o que é não parece e só o que parece é.

GP disse...

Como me pareceu... é.

beijo