Há sempre quem ganhe com a desgraça dos outros.
Na avaliação de desempenho dos professores que a Ministra entendeu por em vigor com o aval dos sindicatos, que olham pelo interesse deles e não pelo de quem representam, o trabalho com os alunos na sala de aula é o que menos interessa. O que importa é que haja muitas, muitas, muitas grelhas cheias de texto, de preferência em eduquês. Como o dia dos professores é igual ao dos outros portugueses e estes "inúteis" (como lhes chama o "inútil" do Miguel Sousa Tavares) teimam em comer e dormir qualquer coisa, o tempo vai escassear para o que menos valor tem - as aulas.
Estou à vontade para falar desta avaliação porque, em primeiro lugar, já escrevi há muitos anos uma crónica sobre este tema, criticando a avaliação que estava em vigor e, em segundo lugar, porque enviei à Ministra, por escrito e aquando da discussão, a minha proposta de avaliação. Digo isto para que o Miguel Sousa Tavares, o Emídio Rangel, o Manuel Ribeiro e outros tantos que, repentinamente, se tornaram conhecedores dos problemas da educação sem nunca terem dado uma aula ao ensino não superior, não possam (ou melhor, não devam, porque poder podem tudo) dizer que eu sou contra a avaliação dos professores.
As editoras espreitaram o furo e aí estão elas a apresentar os seus materiais de apoio para a avaliação dos professores. Livros e livros com grelhas e grelhas. É só comprar...
E a procissão ainda vai no adro...
terça-feira, 14 de outubro de 2008
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