Chegou-me, via correio electrónico, este poema de Luís Costa, que não conheço. Achei-lhe graça e, antes de falar da famigerada acção de formação do Magalhães, deixo-o aqui.
Migalhães
Lá vem pelo avelar
O filho do Manel João
Vem do centro escolar
Cansado de palmilhar
A caminho da povoação
Não há médico na aldeia
E a antiga escola fechou
Não tem carne para a ceia
Nem petróleo para a candeia
Porque o dinheiro acabou
O seu pai foi para França
Trabalhar na construção
E a mãe desta criança
Trabalha na vizinhança
Lavando pratos e chão
Mas o puto vem contente
Com o Migalhães na mão
E passa por toda a gente
Em alegria aparente
De quem já sabe a lição
Um senhor muito invulgar
Que chegou com mais senhores
Veio para visitar
O novo centro escolar
E dar os computadores
E lá vem o Joãozinho
No seu contínuo vaivém
Calcorreando o caminho
Desesperando sozinho
À espera da sua mãe
Neste país de papões
A troco de dois vinténs
Agravam-se as disfunções
O rico ganha milhões
E o pobre Migalhães
Luís Costa
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Eu já me encarreguei de o incluir no meu artigo semanl do Matosinhos Hoje. Há que difundi-lo
muito bem. fico admrador do blog.
e do "migalhães" rss
abraço
gaivota
Hei-de ler
beijinho
heretico
Fico contente por ficares admirador deste blog. Tenho tanto para colocar aqui e o tempo não deixa...
Quanto ao MIgalhães... adiante
um abraço
Enviar um comentário