sábado, 18 de outubro de 2008

Poema ao Magalhães

Chegou-me, via correio electrónico, este poema de Luís Costa, que não conheço. Achei-lhe graça e, antes de falar da famigerada acção de formação do Magalhães, deixo-o aqui.

Migalhães

Lá vem pelo avelar
O filho do Manel João
Vem do centro escolar
Cansado de palmilhar
A caminho da povoação

Não há médico na aldeia
E a antiga escola fechou
Não tem carne para a ceia
Nem petróleo para a candeia
Porque o dinheiro acabou

O seu pai foi para França
Trabalhar na construção
E a mãe desta criança
Trabalha na vizinhança
Lavando pratos e chão

Mas o puto vem contente
Com o Migalhães na mão
E passa por toda a gente
Em alegria aparente
De quem já sabe a lição

Um senhor muito invulgar
Que chegou com mais senhores
Veio para visitar
O novo centro escolar
E dar os computadores

E lá vem o Joãozinho
No seu contínuo vaivém
Calcorreando o caminho
Desesperando sozinho
À espera da sua mãe

Neste país de papões
A troco de dois vinténs
Agravam-se as disfunções
O rico ganha milhões
E o pobre Migalhães

Luís Costa

4 comentários:

Gaivota Maria disse...

Eu já me encarreguei de o incluir no meu artigo semanl do Matosinhos Hoje. Há que difundi-lo

Manuel Veiga disse...

muito bem. fico admrador do blog.

e do "migalhães" rss

abraço

GP disse...

gaivota
Hei-de ler

beijinho

GP disse...

heretico
Fico contente por ficares admirador deste blog. Tenho tanto para colocar aqui e o tempo não deixa...
Quanto ao MIgalhães... adiante

um abraço