Não sei quem gere o Hospital Pedro Hispano em Matosinhos
mas sei que o gere muito mal.
Quando R. esteve internado deparei-me com uma realidade perfeitamente
obsoleta. Nas urgência podia haver visitas no horário estabelecido. Eu chegava,
ia para uma fila para me darem um papel e um cartão de visitante. À entrada o
porteiro ficava com o cartão. Eu saía para entrar outra pessoa. O porteiro não
me voltava a dar o cartão pelo que a próxima visita ia novamente para a fila,
com o papel, para receber outro cartão. Quando voltava a sair eu tinha que
voltar para a fila, com o papel, para pedir outro cartão. Assim se consegue
ter, pelo menos, dois funcionários para dar cartões que o porteiro vai coleccionando.
Mas as visitas no hospital, fora da urgência, também são complicadas. Mais uma
fila para deixar um documento com nome e receber um papel e um cartão de
visitante amarelo. À entrada para o corredor mais um funcionário que substitui
o cartão amarelo por um azul e aí pode-se visitar o doente. À saída há que trocar
o cartão azul novamente pelo amarelo. Voltar para a fila para entregar o cartão
amarelo e receber o documento que ficou à entrada. Este processo deve ser a
maneira mais complicada de controlar as visitas mas dá jeito porque justifica
vários postos de trabalho perfeitamente dispensáveis. Isto é o pior do
funcionalismo público.
Por motivos familiares tenho tido necessidade de ir
algumas vezes ao Hospital de S. Sebastião, na Vila da Feira. Ali tudo corre
sobre rodas. Um doente é internado. A família deixa uma caução e recebe dois
cartões magnéticos de visitante. Gere-os como muito bem entende e só quando o
doente tem alta leva os dois cartões e recebe a caução. O cartão é passado na
máquina que abre para passar uma pessoa. Não há uma única fila e as visitas
funcionam lindamente.
O Hospital Pedro Hispano é um exemplo de má gestão dos serviços públicos.
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